Casa de Ogum é tombada e reconhecida como Patrimônio histórico de Salvador

O terreiro Okutá de Ògún, a Casa de Ogum, no Candeal, que possui cerca de 200 anos de história, foi tombado como patrimônio histórico de Salvador, pela Prefeitura, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM). 

A cerimônia aconteceu ontem (13/06) e contou com a presença do prefeito Bruno Reis, da vice-prefeita, Ana Paula Matos, do presidente da FGM, Fernando Guerreiro, do cantor e compositor Carlinhos Brown, representantes do Okutá e outras lideranças religiosas.

“Não temos que ir pelo caminho dos intolerantes, pois o Brasil foi edificado pelo povo negro, e hoje, com este terceiro tombamento, é mais uma forma de reerguer toda a dinastia africana que veio para a Bahia e o Brasil. É um acerto da Prefeitura. Então, que todos que verdadeiramente representam este povo sejam sempre respeitados. É uma honra fazer parte disso tudo que hoje acontece aqui”. Carlinhos Brown 

História – A história do Candeal, uma área do bairro de Brotas, nos remete ao século XVIII e a uma mulher africana: Dona Josepha Santana, que chegou à Salvador da Bahia, em 1781, em busca dos seus parentes escravizados. Mesmo sem tê-los encontrado, ela se estabelece na então Freguesia de Brotas, adquirindo muitas terras com roças de dendê.

Josepha casou-se com Antônio Mendes, africano liberto, originário da Costa do Marfim, na África Ocidental. Antônio, que adotou a religião muçulmana ainda na África, trouxe uma pedra como amuleto que teria lhe salvado a vida na travessia do Atlântico. Essa pedra foi assentada por Dona Josepha na residência do casal, no Candeal de Cima, onde hoje se encontra um tamarineiro, plantado por seus descendentes.

Mais tarde essa pedra foi assentada na Casa de Ogum, um santuário situado no que hoje se conhece como Largo do Tamarineiro. Ogum se constituiu como padroeiro do bairro e uma cerimônia se realiza a cada primeiro de janeiro neste local sagrado do Território Candeal.

 

Similar Posts

Feijão de Kabaça abre o 5° Candyall e Tal
Feijão de Kabaça abre o 5° Candyall e Tal

Feijão de Kabaça abre o 5° Candyall e Tal. Comer nunca foi só uma questão de matar a fome. Por isso, o feijão tamb

5º Festival de Arte Urbana
5º Festival de Arte Urbana

5º Candyall e Tal acontece 11 e 12 de novembro fortalecendo laços comunitários e integrando a programação do Salvad

Oficina “Influências dos Ritmos Africanos na Música Popular” com Alê Siqueira e Iuri Passos
Oficina “Influências dos Ritmos Africanos na Música Popular” com Alê Siqueira e Iuri Passos

Estão abertas até o dia 28 de agosto, as inscrições para a oficina Influências dos Ritmos Africanos na Música Popu